terça-feira, 29 de setembro de 2009

Astomiro: “As árvores estão brotando..., é um renascer”

Texto: Iuri Ramos e Laís Micol

Revisão: Rodrigo Saldanha

Foto: Arthur Tietze

Formado em Letras, Jornalismo e Teologia, As
tomiro Romais ingressou na Universidade Luterana do Brasil como professor do Curso de Comunicação Social. Frente a sua interação com as letras e livros, recentemente foi convidado a assumir a Editora da Ulbra. Ele conta que foi surpreendido com o convite e que tinha como ideia inicial conciliar a atividade com a sala de aula, mas seu perfeccionismo impediu isso. “Quem quer abraçar muitas coisas, acaba por não apertar coisa alguma”, brinca.

Apesar de sua felicidade em assumir a Editora, o mestre em Comunicação e Informação conta que ficou comovido no último dia de aula. Devido ao fato de ter sido coordenador do curso de Jornalismo, seu envolvimento e dedicação ao trabalho eram muito grandes. Agora ele se emociona com seus “filhos de celulose”, os livros, que, para ele, contêm pensamentos acondicionados em páginas, com uma perenidade que a palavra verbal ou oral não possui.

Diante de toda a crise que abateu a Universidade, houve paralisação nos trabalhos da editora, mas os projetos que estavam finalizados, apenas esperando pela impressão, já foram retomados. Hoje a situação já é melhor, e a produção está aumentando. O otimismo é grande e, para a Feira do Livro de Porto Alegre, que acontece de 30 de outubro a 15 de novembro, há projeto de oito novos títulos.

Ainda como integrante da Abeu (Associação Brasileira de Editoras Universitárias), a Editora da Ulbra está representada em várias feiras pelo país, como a Bienal do Livro do Rio de Janeiro, por exemplo. Com o encontro de editores cristãos do qual a Editora também faz parte, surge para o próximo ano mais um projeto: a realização de uma feira de literatura cristã no Mercado Público de Porto Alegre.

Sobre o futuro da Universidade, Romais faz uma metáfora com os plátanos (árvores plantadas por todo o campus): “Antes os galhos estavam todos secos, as árvores estavam com aparência de desgastadas. Agora estão todas brotando, estão reverdejando, é um renascer. Então eu vejo a Universidade como a Fênix, renascendo das cinzas; é um recomeço”, empolga-se.


Ana Simão fala sobre integração no Mercosul

Texto: Iuri Ramos e Laís Micol Gevehr
Foto: Arthur Tietze


Palestrou na manhã do dia 21 de agosto na Sala de Conferências do Hotel Embaixador, em Porto Alegre, a coordenadora dos cursos de Ciência Política e de Gestão Pública da ULBRA, Ana Simão. O evento foi direcionado a jornalistas formadores de opinião do Brasil e países do Prata (Uruguai, Argentina e Paraguai) com a temática “Mercosul como ator global”.

No encontro, enfatizou-se a importância da integração dos países componentes da América do Sul. Alguns países resistem à união de blocos porque, segundo Ana, “a integração é um exercício de ganho e de perda”. Ela destaca que, mesmo frente às diferenças econômicas entre esses países, existe a possibilidade de aproximação, já que partilham de movimentos históricos.

A respeito de blocos econômicos, a professora analisou o sistema adotado na União Europeia, fazendo ressalva de que o mesmo deve servir apenas como inspiração para o modelo sul-americano. Devido a uma série de fatores (econômicos, sociais, geográficos), na prática o modelo europeu não serve para o Mercosul.

Para finalizar, Ana falou a respeito da política como agente passivo de relações. Enfatizou que a integração se dá a partir do projeto político, que é base para o crescimento de um bloco desse tipo.

Sociedade e meio ambiente em debate


“Ainda que o mundo terminasse amanhã, eu plantaria uma árvore hoje.” Com a frase de Martinho Lutero, a 1ª Semana Acadêmica da Área de Ciências Sociais Aplicadas da Ulbra trouxe para discussão, na segunda noite de palestras, questões sociais e ambientais. O jornalista e professor da Universidade, Ricardo Azeredo, mediou o debate que teve como convidados Jackson Muller, professor da Unisinos e da Feevale, graduado em Biologia e pós-graduado em Bioquímica, e os professores da Ulbra, Rossano André Dal Farra, médico veterinário, Mestre em Zootecnia e Doutor em Educação, e Marcos Machado, graduado em Ciências Biológicas e Mestre em Geociências.


Muller abordou a questão da necessidade de se incentivar a separação do lixo; sua apresentacao relatou a importância dos espacos de preservação ambiental. O biólogo ressaltou também o valor de o ser humano ser ecologicamente correto e usa sua capacidade para desenvolver mecanismos de preservação. “É preciso avançar muito na preservação do meio ambiente; só assim conseguiremos evitar tragédias como a ocorrida no Rio dos Sinos em 2006“, completou.


Machado, por sua vez, acredita que a questão ambiental é uma convergência de múltiplos olhares. A sua fala focou a trandisciplinariedade existente nesse assunto, pois “uma determinada atitude afeta toda a sociedade“. Para ele, é necessário que tais temas sejam debatidos mais frequentemente e façam, de fato, parte da vida da população. Machado enfatizou a importância de não se ver a natureza apenas como “algo bonito, algo estético e arstístico“, mas salientou a importância de a sociedade pensar sobre os danos que causa.


O terceiro palestrante participou advertindo que as pessoas em geral não se incluem no processo ambiental. “É fácil dar solução ao problema dos outros“, Dal Farra abordou o problema do desmatamento, da necessidade da preservação de espécies e os cuidados com a saúide da população, o que também está diretamente ligado às questões ambientais.


Alunos, professores e demais convidados puderam participar com perguntas dirigidas aos convidados, gerando um debate. A novidade, porém, ficou por conta da distribuição de mudas de árvores a todos os participantes.


Texto: Laís Micol
Foto: Arthur Tietze

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Córdoba

Na quinta-feira, 1º de outubro, estudantes de Relações Públicas da Universidad Siglo 21, de Córdoba, na Argentina, participarão de atvidades na Ulbra. A delegação é composta por dezoito alunos e dois professores. No dia 1º de outubro visitarão, pela manhã, a Rede Ulbra de Comunicação. À tarde, participarão de atividades na Ulbra/Canoas, entre elas estão: visita a biblioteca Martinho Lutero, ao Centro de Produção Audiovisual (CPA), Hospital Veterinário e o complexo esportivo. À noite, participam de uma mesa-redonda, organizada pela disciplina Administração de Crises, ministrada pela professora Anelise Carvalho.

Texto: Rodrigo Saldanha da Silva

Sociedade e Tecnologia é tema de palestra na Semana Acadêmica das Ciências Sociais na ULBRA

Na noite da última quinta-feira, dia 24 de setembro, às 19h30 no auditório do prédio 14 na Ulbra, ocorreu o terceiro dia de debates da I Semana Acadêmica de Sociais Aplicadas. Com o tema “Novas Tecnologias”, a doutoranda em Comunicação e Informação, Maria Clara Aquino, falou sobre as tecnologias e práticas sociais; a também doutoranda em Informática na Educação, Adriana Kampf, falou sobre as tecnologias educacionais; e o pós-doutor em Biossemiótica pela Universidade de Kassel, na Alemanha, e atual coordenador do curso de Letras da Ulbra, Edgar Kirchof. Guilherme Baumhardt, editor-chefe e apresentador da Rádio Band News FM, foi o mediador do debate. Foram abordados os temas: os avanços tecnológicos, a inclusão digital, as relações de trabalho e as diferentes mídias.

Maria Clara Aquino falou também sobre o impacto da internet na comunicação, que gera a criação de novos cursos, novos currículos e também novos profissionais. “Dentro da internet temos a mistura de vários formatos, dentro de um site temos o opção de ver um vídeo, ter acesso ao áudio de um determinado tema, e também as fotos”. Aquino diz ainda que, o internauta hoje é um emissor. De acordo com a doutoranda em comunicação e informação na UFRGS, hoje em dia, a mensagem é quem define o meio.

Adriana Kampf iniciou o debate dizendo que é necessário “aproximar os infoexcluídos dos infoincluídos”. Kampf diz que a geração de hoje está muito evoluída digitalmente. “Os computadores nas escolas tem duas funções: incluir o aluno no mundo digital; e dar mais suporte no aprendizado”.

“A informação recebida altera as práticas sociais”, foi com essa frase que Edgar Kirchof deu início ao debate. Kirchof falou dos processos de comunicação desde a antiguidade até hoje. “A cultura escrita se tornou forte quando os livros se tornaram populares, com o surgimento da imprensa, e foi essa que influenciou profundamente os atos da sociedade”. Poemas que antes eram escritos à mão e ficavam somente no papel, agora são colocados em softwares que permitem a interatividade do leitor com a obra. “Antigamente, histórias eram contadas para multidões. Hoje em dia, com os livros, por exemplo, cada um lê a história na hora que quiser”, explica o coordenador do curso de Letras da Ulbra.

Ao serem questionados sobre como lidar com a superexposição virtual, Aquino disse que de uma forma ou de outra as pessoas acabam expostas. “Devemos ter muito cuidado com o que publicamos, pois é muito difícil evitar que isso se espalhe na rede”. Kampf falou que não há como dar conta, e acredita que é necessário procurar a lei. “A internet não é uma terra sem lei, é possível rastrear IPs, por exemplo”. Kirchof resumiu sua resposta em uma frase, “a velocidade da informação gera uma grande preocupação na população”.

Outra questão levantada pelo mediador foi se a tecnologia realmente ajuda no aprendizado das crianças. Kampf disse que ajuda muito, porque existem muitos programas para isso. “Programas que despertam todas as áreas sensoriais das crianças. Os pequenos já nascem com um raciocínio para as novas tecnologias, o que nos resta é orientá-los”. Kirchof citou que sempre que surge uma nova mídia, gera-se uma discussão em torno dela. “Alguns criticam a televisão, outros a internet, até os gibis já foram criticados que seria maléficos para as crianças. Mas eu acredito sim que a internet pode auxiliar no aprendizado”. Já Aquino disse que o uso de mensagens instantâneas e as novas formas de escrever no mundo virtual afetam essa nova geração digital. “A criança já entra numa geração digital sem conhecer as mídias antigas. É necessário apresentá-las ao que já foi usado em outras épocas”.

Vale lembrar que no dia 22, o tema central foi “Violência”, debatido pelo Sociólogo da FEBEM/FASE Alceu Escobar, o delegado da Polícia Civil Andrei Vivan e o secretario adjunto da Segurança Pública em Canoas, Eduardo Pazinato. Tendo como mediador o repórter da rádio Gaúcha, Jocimar Farina. No dia 23, o tema abordado foi “Meio Ambiente”, que contou com o professor de pós-graduação em Direito Ambiental da UCS e da Feevale, Jackson Muller; o mestre em Administração e em Gestão e Auditoria Ambiental, Volnei Correa; e o coordenador do curso de Ciências Biológicas da Ulbra, Marcos Machado. O mediador foi o professor de Comunicação Social da Ulbra e presidente da TVE, Ricardo Azeredo.

Rodrigo Saldanha da Silva

Ciências Sociais discute criminalidade

O tema iniciou série de debates na Ulbra

Iuri Ramos
Fotos: Arthur Tietze

Na terça-feira, dia 22, começou a I Semana Acadêmica de Ciências Sociais Aplicadas com o objetivo de trazer à comunidade acadêmica discussões relevantes para a sociedade e que frequentemente são tema do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes – ENADE.



O primeiro dia de palestras teve as participações do delegado de polícia Andrei Vivan, do sociólogo da Fundação de Atendimento Sócio-Educativo, Alceu Escobar e do secretário adjunto de segurança pública de Canoas, Eduardo Pazinato, com a mediação do jornalista da Rádio Gaúcha, Jocimar Farina.

O debate iniciou com as considerações de Vivan que listou os inúmeros tipos de violência como: familiar, verbal, social, entre outros, mas preferiu se concentrar na questão da criminalidade. “O Brasil é um país com diferenças sociais muito grandes e a criminalidade sempre provocou uma preocupação muito forte”, declarou.

Para Escobar, é o Estado que falhou na luta contra a criminalidade, afirmando a total falência do sistema prisional brasileiro. Também atribuiu à mídia parte da culpa pelo sentimento de insegurança que, segundo ele, espalha notícias de forma desproporcional: “As notícias de crimes em São Paulo não deveriam chegar aqui, porque confundem a população”.

Pazinato mostrou que a sociedade tenta resolver o problema da criminalidade a partir de duas posturas definidas: a repressão simplesmente e a política institucional acompanhada de um programa de ressocialização. Quanto à estrutura policial, nesse processo, Pazinato lamenta que apenas 24 municípios gaúchos possuem guardas municipais, para ele ferramentas indispensáveis no sistema de segurança pública, pela sua proximidade com a população. “Lamentavelmente o processo que desmilitarizou as polícias também as afastou da comunidade”, queixou-se.

A participação da plateia foi maciça. Além de lotar as dependências do auditório, dirigiu aos palestrantes um grande número de perguntas que demonstraram interesse e preocupação com a questão da criminalidade.